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Dicionário Demográfico Multilíngüe (Português - projeto da tradução da segunda edição)
Diferenças entre edições de "42"
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(Hulda Maria Gomes, edição 1969 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística & Centro Brasileiro de Estudos Demográfico) |
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Revisão das 08h37min de 8 de novembro de 2009
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420
O estudo da morbidade1 ou morbilidade1 investiga as doenças2, enfermidades2 ou moléstias2 de uma população. Assim, estatísticas de morbidade3 se referem às estatísticas de doenças. Como a distinção entre saúde e doença não está nitidamente definida, torna-se difícil determinar com precisão o número de casos de doença4. As estatísticas sanitárias5 abrangem todos os aspectos relacionados com. a saúde de uma população e incluem, em geral, as estatísticas de mortalidade segundo as causas6, ou seja, a mortalidade classificada por causas de óbito7. Visto que grande número de doenças podem ser causas de óbito, usa-se, freqüentemente, uma classificação combinada de doenças e causas de morte.
- 1. morbidade, s.f. — mórbido, adj.
- 2. doença, s.f. — doente, adj. — enfermidade, s.f. — enfermo, adj. moléstia, s.f.
421
A classificação dos óbitos segundo as causas (420-.7) não é fácil pois, em muitos casos, pode não haver uma causa única de óbito1 e sim causas múltiplas de óbito2 ou causas conjuntas de óbito2. Dentre estas, pode-se distinguir a causa imediata do óbito3, da causa original do óbito4, ou, a causa primária do óbito5 também denominada causa principal do óbito5, da causa secundária do óbito6, causa concorrente do óbito6 ou causa acessória do óbito6. A taxa de mortalidade segundo as causas7, ou coeficiente específico de mortalidade segundo as causas7, é expressa geralmente por 100-.000 habitantes. Obtém-se o coeficiente de mortalidade proporcional8 dividindo-se o número de óbitos decorrentes de determinada causa ou grupo de causas pelo total de óbitos.
422
O óbito e a incapacidade (425-.6) são conseqüências de doença (420-.2), lesão1 ou ferimento1, ou envenamento2. As lesões podem ser devidas a acidente3 ou a ato de violência4. Dentre os atos de violência, destacam-se os suicídios5 e tentativas de suicídios5, os homicídios6 e os óbitos ou ferimentos devidos a operações de guerra7.
- 3. acidente, s.m. — acidental, adj.; a expressão morte por acidente é preferível à morte acidental que pode se opor à morte natural, designando todos os óbitos oriundos de outra causa que não a doença ou senilidade (424-.5).
- 4. violência, s.f. — violento, adj.
- 6. homicídio, s.m.; de acordo com a lei, é classificado em culposo ou involuntário e doloso ou voluntário.
423
As moléstias transmissíveis1 são objeto de especial atenção por serem suscetíveis de rápida e vasta propagação; quando um grande número de pessoas é atingido a intervalos de tempo relativamente pequenos, transformam-se em moléstias epidêmicas2 e procede-se ao levantamento de estatísticas epidemiológicas3 especiais para averiguar sua incidência. A obtenção das informações referentes a tais enfermidades é possível graças à legislação de vários países considerá-las como doenças de notificação obrigatória4. Algumas vezes é feita distinção entre as enfermidades crônicas5, de lenta evolução, e as enfermidades agudas6, de rápida evolução.
- 1. As expressões moléstia transmissível, moléstia contagiosa e moléstia
infecciosa não são sinônimas. Consideram-se contagiosas apenas as enfermidades suscetíveis de serem transmitidas diretamente de indivíduo para indivíduo: assim, o impaludismo, moléstia transmissível, não é doença contagiosa. Por outro lado, certas doenças infecciosas com as infecções puerperais não são propriamente moléstias transmissíveis. - 2. epidêmico, adj. — epidemia, s.f.
- 3. epidemiológico, adj. — epidemiologia, s.f., ciência que trata das epidemias — epidemiologista, s.n., especialista em epidemiologia.
424
Dentre as causas de óbito de especial interesse para o demógrafo, podem-se citar as deformações congênitas1, as moléstias de recém-nascidos2 e as doenças relacionadas com a gravidez, o parto e o puerpério3 (603-.6). Os óbitos decorrentes destas últimas constituem a mortalidade materna4, a qual pode ser estudada em relação à população, como no cálculo das taxas de mortalidade segundo as causas (421-.7), ou em relação ao total de concepções ou de nascimentos, analogamente às taxas de letalidade (425-.7). A proporção de óbitos devidos à senilidade5 ou a causas mal definidas constitui um índice da qualidade das estatísticas de causas de morte.
- 3. puerpério, s.m. — puerperal, adj. '
- 5. senilidade, s.f. — senil, adj.
425
As taxas de morbidade1 ou coeficientes de morbidade1 costumam se relacionar com três aspectos da morbidade (420-.1): freqüência, duração e gravidade. Para medir a freqüência, utilizam-se a taxa de incidência2, obtida dividindo-se o total de casos novos de doença ocorridos em dado intervalo de tempo pelo número médio de pessoas vivas existentes no mesmo intervalo, e a taxa de prevalência3, resultante da divisão do número de casos de doença (420-.4) observados em determinado momento pela população desse momento. A duração média por caso4 ou a taxa de incapacidade5, que é o número médio de dias de doença ou incapacidade6 por pessoa, fornecem os índices de duração da doença. A taxa de letalidade7, representativa da proporção de casos fatais para o total de casos verificados, isto é, de óbitos devidos a determinada doença ou acidente em dado período para o número de casos dessa doença ou acidente ocorridos no mesmo intervalo, pode ser utilizada como índice da gravidade e é, usualmente, calculada apenas para as moléstias agudas de pouca duração.
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