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Dicionário Demográfico Multilíngüe (Português - projeto da tradução da segunda edição)
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A expressão "teoria da população" (V. 104-1) é empregada nas mais variadas acepções. Em sentido restrito, refere-se ao tratamento sistemático das bases lógica e matemática da demografia pura (102-3). Além disso, é utilizada também com relação ao tratamento puramente especulativo das questões de população. No passado, os estudos das inter-relações entre os fenômenos demográficos e de outras áreas do conhecimento científico eram de caráter um tanto teórico. Atualmente, há grande empenho em tornar os estudos interdisciplinares mais objetivos, baseando-os nas relações específicas entre os resultados de investigações demográficas e aqueles obtidos por meio de outros tipos de pesquisas científicas. O tratamento teórico da população se concentrava, anteriormente, nas relações entre a população total e os recursos1, isto é, os meios disponíveis para sua manutenção, ou a produção2, isto é, a geração de bens e serviços.
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As considerações sobre a relação entre a população e os recursos levam a conceitos de superpopulação1 e subpopulação2. No entanto, essas definições são válidas apenas com referência a um determinado nível de desenvolvimento3. Diz-se que há superpopulação se a redução do número de habitantes for vantajosa para a população. Para uma subpopulação, ao contrário, haveria vantagem no aumento do número de habitantes. Quando nem o aumento, nem o decréscimo são considerados proveitosos para a população, ela é uma população ótima4, ou seja, seu quantitativo constitui um ótimo4 de população. Quando as vantagens são de caráter econômico, fala-se em ótimo econômico5. As avaliações dos ótimos econômicos giram em torno do bem-estar econômico. Entretanto, dada a dificuldade de sua determinação empírica, baseiam-se no nível de vida6 ou padrão de vida6 deduzido por meio da renda média por habitante7, também denominada renda "per capita"7, isto é, o volume total de bens e serviços produzidos em um determinado período (ou seu equivalente em renda monetária ajustada pela variação no poder de compra) dividido pela população total durante o período.
- 5. Alguns autores adotam conceitos de ótimo de poder e ótimo social, além de ótimo econômico.
- 6. A expressão "padrão de vida" é limitada, por alguns economistas, ao significado de um conjunto de necessidades básicas atendidas, em contraste com o nível de vida realmente alcançado. Outros economistas utilizam os dois termos indiscriminadamente, ou seja, como sinônimos.
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Ultimamente, os economistas têm enfatizado as relações dinâmicas entre o crescimento econômico1 ou desenvolvimento econômico1 e as taxas de crescimento e alterações na estrutura da população; há uma tendência em utilizar o conceito de taxa ótima de crescimento da população2, isto é, a taxa de crescimento compatível com a taxa máxima de aumento do nível de vida, principalmente nos países subdesenvolvidos3, ou em desenvolvimento3, onde as relações entre o crescimento demográfico e bem-estar econômico merecem maior atenção.
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A população máxima1 de um território, também denominada densidade potencial1 (313-6) significa, em sentido absoluto, o maior número de pessoas que poderiam ser mantidas sob determinadas condições; todavia, pode, em alguns casos, referir-se ao maior número de habitantes admissível, tendo em vista um suposto padrão de vida. Inversamente, considera-se população mínima2 o menor número de pessoas em uma área, compatível com a sobrevivência do grupo3.
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O termo pressão demográfica1 ou pressão populacional1 tem vários significados. De acordo com a teoria malthusiana da população2 (104-1), assim denominada devido a seu autor, Thomas Malthus, há, inevitavelmente, pressão da população sobre os meios de subsistência3. Qualquer alteração no volume dos meios disponíveis de subsistência acarreta crescimento da população (701-1) até que se alcance novamente o equilíbrio demográfico4 ou equilíbrio populacional1, isto é, o nível de vida mínimo para subsistência ou mínimo vital5. O equilíbrio é mantido pela eliminação dos excedentes populacionais, por meio de obstáculos positivos6 ou obstáculos repressivos6, também conhecidos como xeques malthusianos6 ou freios malthusianos6 (fome, epidemia e guerra), ou dos xeques preventivos7, ou freios preventivos7, de constrangimento moral8, que consistem no retardamento matrimonial9 ou retardamento da idade matrimonial9, associado à abstinência sexual antes do casamento.
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Denomina-se malthusianismo1 a doutrina que preconiza a restrição do crescimento da população, por meio de obstáculos preventivos. O neomalthusianismo2, ampliando a concepção original de Malthus, recomenda a utilização de métodos de controle da natalidade (624-6) na contenção do aumento populacional.
- 1. malthusianismo, s.m. — malthusiano, s.m., adepto da doutrina de Malthus; adj., relativo a Malthus ou ao malthusianismo. Na França, o termo "malthusianismo" tem um sentido mais amplo, aplicando-se a qualquer doutrina que preconize uma restrição do crescimento populacional, por qualquer razão; é utilizado, também, como sinônimo de restricionismo econômico.
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O processo de transição de uma situação de fecundidade e mortalidade relativamente altas, para uma situação de fecundidade e mortalidade baixas, ocorre em muitos países e denomina-se transição demográfica1 ou revolução demográfica1. Alguns autores alegam que o processo de industrialização provoca uma alteração demográfica, caracterizada pela queda da mortalidade, seguida, após algum tempo, pela diminuição da fecundidade, resultando em rápido crescimento da população durante o período de transição demográfica2. A atenção dos economistas tem se voltado para as variações da produtividade3, isto é, da produção por membro da força de trabalho ou por habitante, associadas a esse período de transição.
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